Baseado no artigo “Can you master the inner game of leadership?”, de Adam Bryant e Kevin Sharer
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O papel do líder nas organizações é assunto constante nas principais discussões sobre o futuro dos negócios e qualquer outra questão relacionada ao mundo corporativo. Isso ocorre pois é através dos líderes que as empresas definem seus planos de ação para desenvolvimento de estratégias, que são as grandes norteadoras das organizações.
Apesar de todos os desafios relacionados ao papel da liderança, por vezes esquecemos que ela é exercida por pessoas com limitações, dificuldades, vidas pessoais e diversos conflitos internos. Não é possível desconstruir alguém para torná-lo um líder perfeito quando entra na empresa. Portanto, é importante compreender de que forma o líder pode vencer esses desafios pessoais e profissionais para se tornar ainda mais eficiente quando exerce seu cargo.
Nesse artigo, trazemos alguns paradoxos que acompanham os profissionais em papel de liderança, na maioria das vezes relacionados ao comportamento, postura no cargo e maneira como ele administra as questões pessoais e sentimentos quando atua dentro da organização.
1 – Confiança e Humildade
Como inspirar confiança sem parecer arrogante e ao mesmo tempo ter humildade para mostrar que não tem todas as respostas?
Nesse caso, é importante deixar claro que a confiança é desenvolvida não apenas sobre o valor do conhecimento, mas também em ações que demonstram bom senso e empatia. Ser verdadeiro e não esconder informações da equipe é uma forma de desenvolver a confiança das pessoas e a consideração pela equipe. Um líder sábio consegue assumir suas limitações e engajar as pessoas para que o apoiem e percebam sua contribuição no processo.
2 – Urgência e Paciência
Um líder eficaz precisa constantemente equilibrar a velocidade de suas ações de acordo com a necessidade do contexto. Tomar decisões críticas e refletir sobre as ações demanda agilidade, mas também pensamento crítico e estratégico. Saber a hora de acelerar ou reduzir a velocidade é fator-chave de sucesso.
3 – Empatia e exigência
Isso tem a ver com a postura frente à equipe e a capacidade de coordenar esforços através do exemplo. Quando a equipe enxerga o líder com respeito, ele ganha credibilidade para atuar de forma mais ou menos enérgica frente às demandas. Ainda, o líder precisa conhecer as pessoas e suas limitações e dificuldades, para então adaptar o estilo de liderança que mais funciona com a equipe.
4 – Otimista e Realista
Uma das principais responsabilidades do líder é manter sua equipe motivada e energizada para os resultados. Para isso, ele precisa sempre transmitir otimismo, ambição e expectativas positivas para sua equipe. Entretanto, é importante que a motivação seja baseada em informações reais e transparentes, sem criar falsas expectativas ou informações inverídicas que possam quebrar a confiança.
5 – Refletir e Decidir
É esperado de um líder que ele tome decisões importantes e críticas para o negócio, mesmo que em algumas vezes tenha pouca informação para definir suas opiniões. Mesmo que com dúvidas, é importante utilizar sua experiência e bom senso para reconhecer as possibilidades e optar pelo melhor caminho. A vida do líder é navegar constantemente na incerteza dos cenários para o negócio. Ter essa consciência e trabalhar constantemente para reduzir a subjetividade das suas decisões é fundamental.
6 – Liberdade e Controle
Ao mesmo em que o líder precisa acompanhar o desenvolvimento da equipe, ele precisa dar liberdade para que possam ser criativos e inovadores, além da necessidade de delegar algumas atividades para que possa se preocupar e agir de forma estratégica. Encontrar a medida certa de follow-up e autonomia para que a equipe desenvolva as atividades da forma mais produtiva é um dever constante. Para isso, criar métodos de acompanhamento e desenvolver a confiança nas pessoas deve ser um exercício diário.
*Ricardo Missel é sócio da Missel Capacitação Empresarial, Administrador e Especialista em Design Estratégico.