A Hora é das Ciências Humanas – O diferencial das pessoas

Por Claudio D’Amico

Por que as ciências humanas são vistas como opostas às ciências exatas?

E se elas fossem complementares?

Muitas pessoas têm percebido que ao desenvolver habilidades de diferentes áreas de conhecimento, acabam alcançando um grande crescimento tanto profissional quanto pessoal. A minha trajetória de alguma forma exemplifica essa tendência, pois fui educado e desenvolvido para as ciências exatas. Com o passar do tempo, notei que também tinha grande interesse e aptidão para a área das ciências humanas. Ao combinar essas competências, percebi a vantagem de saber utilizá-las de forma colaborativa para alcançar meus objetivos. Passei então a trabalhar com desenvolvimento de pessoas a partir da utilização de ferramentas de análise de perfil, como por exemplo, instrumentos de mapeamento de perfil de competências comportamentais.

Sempre que eu comentava sobre a minha formação em Engenharia e Psicologia, as pessoas se surpreendiam e não entendiam como poderia fazer sentido, já que são áreas “opostas”: área direita e esquerda do cérebro.

Se eu não tivesse tido a oportunidade de fazer a formação em Psicologia, talvez eu estivesse trabalhando com Engenharia e, provavelmente, não dando o valor devido as ciências humanas. Percebi que sempre que esses dois “lados” trabalham juntos, criam soluções mais adaptadas.

No cenário atual de disrupturas e constantes mudanças em que vivemos, as áreas técnicas precisarão se tornar cada vez mais humanizadas, e as humanas, mais tecnológicas. Isso já é realidade e não tem mais volta! Além disso, o barateamento e democratização das tecnologias deverá tornar as habilidades comportamentais o principal diferencial das pessoas no mercado profissional.

Fomos educados para sermos os melhores em alguma coisa, nos dedicarmos a uma única especialidade. Em um mundo que muda cada vez mais rápido, a demanda por agilidade intelectual, criatividade e curiosidade para explorar novos terrenos é maior do que nunca. Os problemas que enfrentamos são complexos e multidisciplinares, exigindo além dos conhecimentos técnicos, habilidades de lógica, análise crítica, empatia, comunicação e design. A contribuição das ciências humanas será fundamental para trazer para o mundo da tecnologia a humanização, a visão ética, analítica, a empatia e a capacidade de percepção das mudanças.

Os profissionais da área técnica focam no “como fazer” da revolução tecnológica. Os profissionais das áreas humanas serão responsáveis pelo “porque”, “para que” e “quando” fazer. E só com essa parceria é que a tecnologia vai atingir todo o seu potencial, pois ela está a serviço das pessoas. A interação entre estas duas áreas do conhecimento pode conferir consistência e sentido à revolução tecnológica.

Devemos perseguir nossas paixões, mas para saber quais são elas, teremos que ler bastante e estudar, não só os temas da nossa expertise, mas também de outras áreas de conhecimento. Nesse sentido, é muito importante nos dedicarmos ao autoconhecimento, pois só assim descobriremos o que realmente gostamos e temos habilidade.

Tenho percebido o quanto as pessoas têm dificuldade de aprimorar o conhecimento e qualificação em áreas diferentes da sua formação inicial, buscando outras especializações através de cursos, pós-graduação ou MBA. Na maioria das vezes dão várias justificativas como falta de recursos financeiros, noite, frio, família, etc. Para o desenvolvimento pessoal e profissional podemos participar de cursos presenciais ou online, palestras, webinares, muitos destes gratuitos.

É importante aumentar a abrangência do nosso conhecimento para dar a oportunidade de descobrir outras “paixões” e habilidades. Quem sabe nos surpreenderemos ao trabalhar com o que realmente gostamos, satisfeitos, gratificados e motivados.

O trabalho pode ser prazeroso, e em consequência, a vida também será.

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